segunda-feira, agosto 17, 2009

Comprar livros no Reino Unido

Quando vim viver para o Reino Unido esperei encontrar um bocadinho de Londres em todas as terras, com as suas livrarias tão especiais que vão desde o franchising à pequenina e velhinha loja de livros improváveis e interessantes. A verdade é que Londres é Londres, e o resto é conversa (com a excepção da mítica capital dos livros Hay-on-Wye). Lojinhas de livros não há em lado nenhum e as que haviam foram comidas pelas multinacionais Borders e Waterstones. É sempre possível encontrar uns livros em segunda mão em algumas lojas de caridade e nas “feiras da Ladra”, mas sem a mesma dignidade de uma livraria com um dono orgulhoso que tenha dedicado a vida à profissão. Também nos hipermercados é possível encontrar as últimas novidades. Não é que não me não goste da Borders e da Waterstones, mas na falta de concorrência tira a piada toda que é ter acesso a todo o tipo de lojas dedicadas à literatura que se esperaria de um país em que todos os autores são traduzidos para a língua natal. A Borders tem um formato parecido com o da FNAC mas sem tanta variedade (e não tem hardware nem equipamentos de som e fotografia) e a Waterstones é mais dedicada às últimas novidades e à literatura infantil. Tanto uma como a outra tentam disfarçar o facto de serem franchisings e fazem de conta que os funcionários são especialistas em livros para que o cliente sinta que vale a pena comprar na loja e não na Internet. Temos como exemplo o acesso às opiniões escritas à mão dos funcionários. Na perspectiva do cliente estas tentativas são agradáveis, mas acabam por ser uma ilusão, já que a única alternativa existente é a maior livraria de todas, a Amazon.uk, que também ajudou à extinção das livrarias pequenas pela facilidade de utilização e pelos preços baixos, mas que torna a compra de um livro um acto privado sem interacção social e contacto físico com loja/livros.

Sem comentários: