terça-feira, julho 31, 2007


O Animal Moribundo - Philip Roth


É um romance que nos agarra até ao fim. Escrita rigorosa, detalhada e seca como se conhece deste autor puramente americano. Individualista exacerbado, por vezes cruel mas também sincero, dá-nos neste romance um olhar sobre a decadência física, quer pela idade quer pela doença. O personagem é um professor universitário que está a envelhecer, mas que não desiste de um comportamento lúbrico e licencioso. Escrita sem preconceitos, o professor vem a viver o que chamou por uma “virilidade emancipada”, fora de amarras familiares ou sociais. Mas a coisa não será assim tanto, pois uma nova aventura com uma jovem esteticamente perfeita, fá-lo perder o controle. Muito bom.

Kivi

As Velas Ardem Até ao Fim - Sándor Márai

É uma história sobre a amizade entre dois homens, num cenário aristocrata de uma Europa central dos princípios do séc. XX. A narração é muito tranquila, a escrita silenciosa e bela como os espaços que imaginamos o são. A amizade decorre entre dois homens, um rico de ascendência e um outro pobre, mas ambos dependentes na sua existência. O que se destaca é que a grandeza do ser se encontra no homem rico, contrariando o esperado já que o outro é um artista . Há um triângulo amoroso que só no final se vislumbra, já que os dois homens esperam 40 anos e sobrevivem para se confrontarem com o segredo antes não partilhado. Deslumbrante…


Kivi




Harry Potter and the Deathly Hallows - J. K. Rowling

E assim terminou a história, uma só história repartida em 7 livros com 7 emocionantes capítulos finais. Certamente que a história só poderia terminar bem, deste modo todos os mistérios são desvendados e Harry terá de superar a maior prova que um ser humano pode enfrentar.
Descobre-se que afinal que algumas personagens do lado dos Death Eaters têm a sua desculpa, e que algumas personagens que pareciam imaculadas afinal tinham as suas fraquezas. A escritora manipula o leitor de modo a que este nem saiba mais em que acreditar, só se sabendo a verdade dos factos no final. Surgem algumas mortes inevitáveis dos apoiantes de Harry Potter, mas nenhuma delas leva ao vazio como aconteceu com Sirius e Dumbledore, tornando assim o livro menos depressivo que os anteriores. Até a meio do livro, tudo parece correr mal e nada leva a crer que existe um final aceitável. Só após se inicia a sequência de acontecimentos que irá culminar no esperado encontro final entre “He Who Must Not Be Named” e “The Boy Who Lived”. É impossível não se ficar entusiasmado com uma história que apresenta todos os ingredientes para deixar qualquer adulto obcecado em chegar ao final. É impossível pensar sequer que a saga Harry Potter deva ser afastada das crianças, uma vez que nada melhor para as aproximar do universo literário e principalmente pelos valores de honra e família que a obra incute. E porque a morte não deve ser um tabu.