segunda-feira, setembro 19, 2005

MoMA Highlights - 350 Obras do Museum of Modern Art New York - Público

Ultimamente tenho andado viciada no MoMA Highligts, que vai morar na minha mesinha cabeceira durante uns tempos sem ter de pagar renda. Trata-se duma compilação das principais obras que passaram pelo MoMA (realizadas a partir de 1880) com as respectivas ilustrações e descomplicadas explicações. Ou seja, é uma boa alternativa para quem compra os livros da Tachen e depois apercebe-se que não tem paciência nem memória funcional para os estudar.
Assim pude relembrar a chávena de café peluda de Oppenheim, as verdades evidentes de Jenny Holzer (http://mfx.dasburo.com/art/truisms/), o azul inventado de Klein, os relógios moles de Dali, o gato pensante de Klee, a escultura que aparece nas moedas de 20 cêntimos italianas de Boccioni, as cores de Kandinski, as estrelas de Van Gogh, a angústia de Munch,..., e muitas outras referências da arte moderna (fotografia, filmes, instalações) que aguçam o apetite e relembram a impossibilidade de apreciar algo sem primeiro entender seu significado.
Aconselho vivamente a quem gosta de arte e também a quem não gosta. Este é um daqueles livros que me faz sentir ignorante.
http://www.moma.org/ (site do museu - apesar das imagens em net não terem grande piada, o ideal seria arranjar uma teletransportadora para ver as obras ao vivo - muito caro)
The Sleeping Gypsy - Rosseau - Como um músico, a cigana neste quadro é uma artista; como uma viajante não tem um sítio social definido. Perdida no sonho profundo de quem sonha, está perigosamente vulnerável - no entanto o leão está calmo e fascinado. A "Cigana Adormecida" é formalmente exigente - os seus contornos são precisos, a sua cor cristalina, as linas, superfícies e acentos cuidadosamente rimados. Rosseau joga delicadamente com a luz do corpo do leão. Uma carta sua descreve o tema do quadro: "Uma negra à deriva, uma tocadora de bandolim, está deitada com o seu vaso ao lado (um vaso com água para beber) vencida pela fadiga num sono profundo. Um leão por acaso passa por ali, sente o seu cheiro mas não a devora. Há uma atmosfera de luar, muito poético. A cena é construída num deserto completamente árido. A cigana está vestida com um traje oriental". Como douanier (porteiro) da cidade de Paris, Rosseau foi um pintor autodidacta, cujo trabalho aparentou ser pouco sofisticado para muita da sua assistência. No entanto, muitos aspectos do seu trabalho têm ecos modernistas: as figuras e perspectivas achatadas, a liberdade de cor e estilo, a subordinação da descrição realista à imaginação e invenção. Como consequência, críticos e artistas admiraram Rosseau antes do público em geral.

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