domingo, fevereiro 28, 2010

BRIAN WARD -PERKINS

A QUEDA DE
ROMA E O FIM DA CIVILIZAÇÃO

Trata-se de um livro que responde à pergunta clássica: Porque caiu o Império Romano? O autor é um arqueólogo inglês que através de testemunhos, em especial arqueológicos, vem comprovar-nos o retrocesso civilizacional do mundo ocidental ocorrido no século V com os invasores vindo do norte, da Alemanha e das estepes, que os romanos chamavam simplesmente de «bárbaros». Coloca-se numa atitude crítica relativamente à comunidade de historiadores, pela forma confortável como consideram o fim do mundo antigo. Assim a leitura dominante defendida é de que as invasões bárbaras são amortecidas e suavizadas, numa transformação da sociedade contínua e positiva e em que os invasores germânicos são pacificamente acomodados nas províncias romanas. Contrariamente, na sua opinião, o século V assistiu a uma profunda crise militar e politica, causada pela violenta e dolorosa tomada do poder pelos invasores bárbaros. Nove décimos da Europa regrediram para mil anos para o princípio da Idade do Ferro e levaram mil anos a recuperar, recompondo-se só Renascimento. Delonga-se na sofisticação do mundo romano, dos níveis de conforto atingidos, de uma elite de sabedoria, dos monumentos sofisticados, da riqueza criada e do acesso de muita gente aos bens e à cultura, aquisições que deixaram de ser vistos posteriormente durante muitos séculos. Considerando que os testemunhos escritos disponíveis são insignificantes, o autor serve-se dos objectos escavados para reconstituir a produção e a distribuição, a complexidade económico que distingue uma civilização de uma não civilização. Critica o movimento actual da comunidade de historiadores que se afastam da história económica por ter deixado de estar na moda, substituindo-a pela história da religião. Referindo-se à universidade de Oxford, pontua que os estudos clássicos da cultura greco-romana perderam o seu estatuto privilegiado e que os séculos pós romanos deixaram de ser a «idade das trevas», que se seguiu à extinção de uma grande civilização.” Na verdade, no mundo moderno pós-colonial moderno, o próprio conceito de «civilização» seja ela antiga ou moderna, é agora pouco confortável, porque é visto como aviltante para as sociedade que são excluídas do rótulo. Hoje em dia, em vez de «civilizações», aplicamos universalmente a palavra neutra «culturas»; todas as culturas são iguais e não há culturas mais iguais que outras.”

Kivi

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