terça-feira, agosto 19, 2008

O Enigma de Paris – Pablo De Santis

“Paris, 1889, Exposição Universal, os Doze Detectives, os investigadores mais famosos do mundo, reúnem-se”.

O “Enigma de Paris” é um livro para quem gosta de histórias de detectives sem as ferramentas CSI e com os preconceitos presentes da época, como por exemplo, a impossibilidade das mulheres entrarem no mundo da investigação e a associação de um eventual crime com uma parte do cérebro formatada para tal desde o nascimento. A história é contada por um aprendiz (Salvatrio, de origem argentina) que tem um papel fundamental na história, provando que o melhor detective é o que se mantém longe da loucura dada pelo orgulho e arrogância da profissão. Abundam os instrumentos da época como lupas, análise de pegadas e teorias filosóficas sobre o método. Os detectives aspiram ao poder dado pela resolução dos enigmas apenas com recurso ao romantismo da arte da investigação.

O cenário consiste na exposição internacional de Paris de 1889, onde foi apresentada pela primeira vez a torre Eiffel. A ideia é dar ao leitor um cenário confuso e sombrio onde o grupo dos “Doze Detectives” se esforça por manter a credibilidade. Tirando o cenário da exposição, as personagens são todas inventadas e como são muitas acabam por se confundir umas com as outras e serem um pouco inverosímeis e idiotas. Acho que Pablo De Santis gostaria de criar atmosfera à Corto Maltese (versão Detectives em Paris), mas em vez disso arranjou um molho de personagens que depois se viraram todas contra ele exigindo papéis mais interessantes.

O livro de Pablo de Santis não é muito entusiasmante para ler nas férias. O que se salva são as investigações em si e o percurso do aprendiz Salvatrio em busca da verdade. Também foi interessante reviver o ambiente sombrio da época e relembrar como a ciência evoluiu tanto desde aí.


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