
Rio da Flores - Miguel Sousa Tavares
M.S.T está de parabéns, fez um exaustivo trabalho de pesquisa histórica sobre 30 anos da primeira metade do século XX e deixou-nos um romance que se lê com entusiasmo e que apesar das suas 608 páginas não nos deixa desviar a atenção. Questiono assim a critica insidiosa e a desvalorização feitas pelos seus detractores.
A ideia principal que percorre o livro é a liberdade perdida e é a história de dois irmãos com posturas ideológicas diferentes e que ao longo das suas vidas e dos acontecimentos históricos de uma Europa a rubro ( a ascensão de Hitler e a guerra civil de Espanha) mantêm as suas convicções sem desvios na sua maneira de estar pessoal, social e politica. O espaço é a quinta Valmont no Alentejo e a família de latifundiários - os Ribera Flores. O amor à terra é atravessado por diversas crises, quer pessoais quer da história politica. O país vive a desordem da 1ª Republica a que se segue a instauração do Estado Novo com a repressão da ditadura e um modo de vida mesquinho e atrasado e uma igreja que se socorre de Fátima e que canta nas suas novenas “Enquanto houver portugueses tu serás o meu amor”. Numa segunda fase o cenário passará a ser o Brasil com a viagem do filho liberal no dirigível Zepelim construído por um conde alemão.
Sem comentários:
Enviar um comentário