quinta-feira, agosto 17, 2006


Aquilo Que Eu Amava - Siri Hustved - Edições ASA

A autora é a esposa de Paul Auster (este apontamento é apenas uma curiosidade, como o facto da autora ser especialmente bonita talvez pela sua origem nórdica).

O cenário é New York e o mundo da arte e das galerias de Manhattan, tornando o livro num New York book. Caracteriza a vida de dois casais e o crescimento dos seus dois filhos com idades próximas. É um projecto de vida de pessoas que depois de vários acontecimentos se tornam profundamente infelizes. Será isso que a autora quer dizer, isto é, aquilo em que nos transformamos ao longo da vida. É notório o trabalho de pesquisa efectuado ao nível de algumas patologias sociais e psiquiátricas, levantando-se interrogações sobre as suas origens. Por isso é mais um livro de perguntas do que de respostas.

O facto do narrador, Leo, ser homem (é professor de História de Arte), não terá sido tarefa fácil para a autora, já que constrói com coerência esta personagem. Inicialmente o livro aborreceu-me, não por ser monótono, mas por não sentir grande interesse pelas personagens. Contudo mudei de opinião na segunda parte, pela forma como se desenrola a história face à importância que um jovem, um dos filhos, vem a ter no cruzamento da narrativa. É uma personagem muito bem contruída (e eu que o diga), um jovem com personalidade anti-social, psicopata ou sociopata, conforme se queira dizer.

Kivi (16-08-06)

1 comentário:

Noname disse...

Terminei o livro há pouco tempo e concordo com tudo o que dizes. O livro está muito bem escrito, o tema é interessante, as ideias muito bem exploradas (relativamente à arte e às psicopatologias), mas falta-lhe algo que faça o leitor se recordar do livro. Não é suficientemente perturbador para se lhe dar tanta importância. Porém, não deixa de ser um bom livro para se oferecer a um amigo cujos gostos literários sejam indefinidos.