quarta-feira, junho 15, 2005

Austerlitz - WG Sebald - Teorema

Eis um livro que me custou muito a ler, a digestão foi tão lenta que me deixava muitas vezes mal disposta....A tradução também não ajudou nada!!!! Cheguei a pensar que o tradutor estava mesmo a gozar connosco!!! Estragou completamente o livro... E também não captou muito bem as ideias que Sebald queria transmitir. Nota-se prefeitamente que na parte do Holocausto o tradutor sentia-se muito mais à vontade em escrever... Mas nas outras partes??? Oh my!!! Mas aceito que o livro é absolutamente genial, nas partes em que me consegui manter focada.
A intimidade e a exploração do "eu", a descoberta duma personagem numa sociedade vista como deprimente e isoladora e ainda o nosso entendimento dessa personagem ao longo do livro, que nos vai dando os seus motivos e as suas razões,... são estes os temas que tornam este livro tão interessante....

Também adorei conseguir aperceber-me de alguma da história de alguns lugares que Austerlirz conta e que é tão interessante mas parece tão secreta...Gostei tanto da maneira em que a biblioteca de Paris é descrita, tinha-a visto em fotografia alguns dias antes num livro de arquitectura da Bertrand, mas nunca tinha pensado no edifício como um atentado à ideia do que uma biblioteca deveria ser....
Austerlitz estava dentro do imponente edifício a olhar por uma janela para um jardim interior com árvores aprisionadas e só imaginava pássaros e esquilos a esborracharem-se nos vidros tão transparentes....Austerlitz sentia-se dentro dum edifício austero que representava a liberdade de expressão mas que continha uma prisão artificial sem se saber se a cela era o jardim ou a própria biblioteca.

Concluindo, este livro tem de ser lido com calma, investigando os lugares ao mesmo tempo que Austerlitz viaja, mas não pode ser lido na tradução portuguesa!

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